O clima de tensão nas relações comerciais entre Brasil e Estados Unidos ganhou um toque de leveza com uma declaração bem-humorada do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Durante um vídeo publicado nas redes sociais pela primeira-dama, Janja Lula da Silva, ele fez uma brincadeira sobre levar jabuticaba ao presidente americano, Donald Trump, como parte de sua estratégia de negociação frente ao tarifão de 50% que os EUA impuseram sobre produtos brasileiros.
Lula faz piada sobre jabuticaba e relações comerciais
No vídeo, Lula disse: “Eu vim chupar jabuticaba porque eu duvido que alguém que chupe jabuticaba fique com mau humor. Vou levar jabuticaba para você, Trump”. Essa afirmação não apenas trouxe um sorriso, mas também refletiu uma visão mais leve sobre um assunto sério que envolve tarifas e comércio internacional.
O presidente prosseguiu: “Quem come jabuticaba de manhã não precisa de briga tarifária. Precisa de muita união e muita relação diplomática”. Essa fala ressalta a busca por um diálogo construtivo nas relações bilaterais, mesmo diante de desafios significativos.
Resposta ao tarifaço deve sair em breve
O vice-presidente Geraldo Alckmin, em entrevista a jornalistas, confirmou que o governo brasileiro deve editar um decreto até a próxima terça-feira (15), que regulamentará a lei da reciprocidade. Essa medida permitirá que o Brasil responda à tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos. Alckmin criticou essa taxação, chamando-a de inadequada e sem justificativa.
“Estamos trabalhando para reverter essa tarifa, que deve entrar em vigor em 1º de agosto”, afirmou Alckmin durante a inauguração de um viaduto em São Paulo. Essa determinação do governo brasileiro mostra a seriedade com que a questão está sendo tratada, mesmo com a leveza da brincadeira de Lula.
Opiniões sobre a melhor abordagem para o Brasil
O ex-presidente Jair Bolsonaro também se manifestou sobre o assunto, sugerindo que a anistia aos envolvidos nos ataques de 8 de janeiro de 2023 poderia ser um caminho para barrar o aumento das tarifas impostas por Trump. Em suas redes sociais, Bolsonaro comentou que a decisão de Trump está mais ligada a valores e liberdade do que à economia.
Além disso, especialistas do Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri) pediram um diálogo contínuo entre Brasil e Estados Unidos. Eles enfatizaram a importância de uma solução que preserve o multilateralismo e o direito internacional.
O economista André Perfeito, em entrevista, concordou que o diálogo deve ser priorizado antes de qualquer retaliação. Para ele, uma resposta cirúrgica seria mais eficaz do que uma retaliação geral, que poderia agravar a situação econômica do Brasil.
Os professores de Relações Internacionais também se mostraram cautelosos, defendendo que as negociações diplomáticas devem ser o foco, enquanto se preparam para possíveis retaliações em níveis diferentes.
Em resumo, a combinação de humor e seriedade nas falas de Lula e as reações do governo e especialistas indicam que, apesar das dificuldades, o Brasil está buscando um caminho diplomático para resolver as questões comerciais com os Estados Unidos.