Governo proíbe venda de fotos da íris e gera polêmica em SP

Após 400 mil vendas, governo brasileiro veta pagamento por fotos da íris, gerando debate sobre privacidade e vulnerabilidade.

Escrito por Redação
3 min de leitura

Após uma onda de popularidade, a prática de venda de fotos da íris recebe um duro golpe do governo brasileiro. A Agência Nacional de Proteção de Dados (ANPD) decidiu proibir que empresas continuassem a remunerar indivíduos pela imagem de sua íris, uma medida que visa proteger a privacidade e a autonomia dos cidadãos.

Proibição após alta adesão

A iniciativa, que se espalhou rapidamente, viu mais de 400 mil pessoas se engajarem na venda de suas imagens. Em São Paulo, a empresa envolvida chegou a pagar até R$ 600 em criptomoedas para aqueles que enviavam suas fotos. Esse modelo de negócio, no entanto, levantou questões sérias sobre a liberdade de escolha dos indivíduos. A ANPD expressou preocupação de que a compensação financeira pudesse influenciar a decisão de pessoas em situações de vulnerabilidade financeira.

Implicações da venda da íris

A prática não se restringiu apenas a áreas nobres de São Paulo; bairros da periferia, como Brasilândia e Cidade Dutra, também participaram do projeto. Até o momento da proibição, havia 51 unidades de escaneamento na capital paulista, um aumento significativo em relação às 10 iniciais. A expansão rápida do serviço levanta a questão: até que ponto a oferta de dinheiro pode impactar a decisão de pessoas em contextos econômicos frágeis?

A resposta da empresa

Em resposta à proibição, a World, a empresa por trás da iniciativa, afirmou que está em conformidade com todas as leis e regulamentos do Brasil. Além disso, a empresa alegou que informações imprecisas nas redes sociais levaram a uma má interpretação das suas atividades, gerando desconfiança junto à ANPD.

Brasil não está sozinho nessa

Vale ressaltar que o Brasil não é o único país a questionar as práticas da empresa. Na Alemanha, por exemplo, a autoridade de proteção de dados já havia determinado a exclusão de informações coletadas pela empresa em toda a União Europeia, demonstrando um movimento crescente no cenário global em defesa da privacidade dos dados.

A proibição levanta um debate importante sobre a ética da monetização da biometria e os limites que devem ser impostos para proteger os consumidores, especialmente os mais vulneráveis. Essa questão continua a ser relevante em um mundo cada vez mais digital, onde a privacidade das informações pessoais é frequentemente colocada à prova.

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