Características da palma forrageira orelha de elefante mexicana

A Palma Forrageira Orelha de Elefante Mexicana (Opuntia robusta) é um cacto de alta produtividade, ideal para a pecuária. Com seus grandes cladódios, oferece resistência à seca e é uma rica fonte de água e energia para o rebanho.

Escrito por Redação
6 min de leitura

Explore o universo das forrageiras resilientes e descubra a Palma Forrageira Orelha de Elefante Mexicana, uma variedade de grande porte e alta produtividade. Essencial para a pecuária em regiões semiáridas, ela é uma verdadeira reserva estratégica de água e energia para o rebanho.

Esta cactácea singular, geralmente da espécie Opuntia robusta, se destaca por seus cladódios (raquetes) grandes, arredondados e de cor verde-azulada, que lembram as orelhas de um elefante. Sua robustez e adaptabilidade a climas secos a tornam uma escolha popular entre os produtores.

Identidade correta: um cacto forrageiro

É fundamental não confundir a Palma Forrageira Orelha de Elefante com plantas ornamentais de nome parecido. Ela pertence ao gênero Opuntia, o mesmo de outras palmas forrageiras, e é especificamente selecionada por seu valor nutritivo e alta produção de biomassa para alimentação animal.

Diferente de palmeiras (família Arecaceae) ou cícades, a Orelha de Elefante é um cacto, perfeitamente adaptado para armazenar água e sobreviver em condições de estiagem prolongada. Reconhecer essa identidade é o primeiro passo para entender seu manejo e potencial.

Descrição botânica e características físicas

A Palma Orelha de Elefante exibe características físicas que a tornam facilmente identificável e vantajosa para o cultivo forrageiro.

Cladódios Grandes e Arredondados

Sua característica mais marcante são os cladódios (ou “raquetes”) de grande diâmetro, que podem ultrapassar 40 cm. Eles são espessos, pesados, de formato quase circular e possuem uma coloração verde-acinzentada ou azulada (glauca), que ajuda a refletir a radiação solar.

Esta variedade geralmente possui poucos espinhos ou espinhos pequenos e menos agressivos, o que facilita o manejo, a colheita e o processamento para os animais, reduzindo o risco de ferimentos.

Porte robusto e crescimento rápido

A planta tem um porte arbustivo a arbóreo, podendo atingir mais de 3 metros de altura. Forma uma estrutura densa e ramificada, o que contribui para sua altíssima capacidade de produção de matéria verde por hectare.

O crescimento é considerado rápido para uma cactácea, permitindo que os primeiros cortes para fornecimento ao gado ocorram em um período relativamente curto após o plantio, geralmente a partir do segundo ano.

Flores e frutos

A Orelha de Elefante produz flores amarelas ou alaranjadas que surgem nas bordas dos cladódios maduros. Após a polinização, elas dão origem a frutos arredondados de cor avermelhada, conhecidos como “tunas”.

Esses frutos também são comestíveis e podem ser aproveitados tanto para consumo humano quanto animal, agregando mais um valor à planta.

Características agronômicas e cultivo

A Palma Orelha de Elefante é valorizada por suas excelentes características agronômicas, que garantem uma produção confiável mesmo sob condições climáticas adversas.

Alta resistência à seca

Como outras cactáceas, possui metabolismo CAM (Metabolismo Ácido das Crassuláceas), que permite realizar as trocas gasosas durante a noite, minimizando a perda de água por transpiração. Isso a torna extremamente eficiente no uso da água e capaz de produzir mesmo com baixos índices pluviométricos.

Exigências de solo e clima

Prefere solos leves, arenosos ou franco-arenosos, e, acima de tudo, bem drenados. O encharcamento do solo é extremamente prejudicial, podendo causar o apodrecimento das raízes e da base da planta.

Exige alta incidência de luz solar para um bom desenvolvimento e produtividade. É uma cultura de pleno sol, ideal para o clima quente e seco do semiárido.

Alta produtividade de biomassa

Uma das suas principais vantagens é a elevada capacidade de produção de matéria verde. Em condições ideais de manejo, pode produzir mais de 100 toneladas de forragem por hectare ao ano, representando um volume de alimento incomparável para regiões secas.

Resistência a pragas

É considerada uma variedade rústica. No entanto, é suscetível ao ataque da cochonilha-do-carmim, uma praga que pode devastar o palmal. O monitoramento constante e o controle são fundamentais para a saúde da plantação.

Uso na alimentação animal

A Orelha de Elefante é um ingrediente valioso na dieta de ruminantes (bovinos, caprinos e ovinos), principalmente durante a estiagem.

  • Fonte de Água: Com cerca de 90% de água em sua composição, é fundamental para a hidratação do rebanho quando as fontes de água são escassas.
  • Fonte de Energia: É rica em carboidratos de fácil digestão, fornecendo a energia necessária para a manutenção e produção dos animais.
  • Baixo Teor de Proteína e Fibra: É importante destacar que a palma é deficiente em proteína e fibra. Por isso, ao fornecê-la aos animais, é obrigatório balancear a dieta com uma fonte de proteína (ureia, farelo de soja) e uma fonte de fibra (capim seco, bagaço de cana) para garantir a saúde ruminal e o bom desempenho.
  • Processamento: Antes de ser servida, a palma deve ser triturada em uma máquina forrageira para facilitar o consumo e evitar engasgos.

Conclusão

A Palma Forrageira Orelha de Elefante Mexicana (Opuntia robusta) é uma cultura estratégica e de alto impacto para a pecuária sustentável em regiões áridas e semiáridas. Sua impressionante produtividade, rusticidade, resistência à seca e bom valor energético a consolidam como uma das melhores opções de forragem para enfrentar os desafios climáticos.

Com um manejo adequado e uma suplementação correta, ela garante a segurança alimentar do rebanho, transformando-se em um pilar para a viabilidade econômica da produção animal nessas regiões.

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