Em um movimento que demonstra a seriedade da situação, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu implementar restrições severas ao ex-presidente Jair Bolsonaro. O motivo? Um elevado risco de que ele possa tentar fugir para os Estados Unidos. As medidas incluem a imposição de uma tornozeleira eletrônica e proibições que visam restringir suas comunicações com diplomatas.
STF alerta sobre fuga para os EUA
A preocupação do STF não é infundada. Desde que Donald Trump intensificou suas ofensas ao Brasil, especialmente através de declarações que deslegitimaram as ações do Supremo, os ministros da Corte começaram a monitorar de perto possíveis desdobramentos. Eduardo Bolsonaro, filho do ex-presidente, também tem desempenhado um papel nessa narrativa, atuando nos Estados Unidos de forma a potencialmente facilitar a fuga do pai.
A operação da PF e suas implicações
A operação da Polícia Federal (PF), que ocorreu na última sexta-feira (18), foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes. Ela segue um processo que chegou ao STF apenas dois dias após Trump anunciar uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, como uma retaliação às decisões do STF que afetaram Bolsonaro e as chamadas “big techs”.
Mandados de busca e apreensão
Os mandados de busca e apreensão, que foram cumpridos em endereços associados a Bolsonaro e na sede do PL (Partido Liberal), refletem a gravidade das acusações e a necessidade de salvaguardar a integridade das investigações. A Procuradoria-Geral da República (PGR) também apoiou a operação, indicando que a situação é considerada crítica.
Proibições e medidas cautelares
Mesmo com o passaporte de Bolsonaro apreendido desde fevereiro de 2024, o STF avalia que existem mecanismos legais que poderiam permitir sua saída do Brasil, mesmo sem o documento. Para evitar essa situação, foram impostas proibições adicionais:
- Proibição de aproximação de embaixadas: Bolsonaro não pode se aproximar de embaixadas estrangeiras.
- Restrições de comunicação: Ele não pode se comunicar com embaixadores ou diplomatas.
- Contactos restritos: O ex-presidente está impedido de falar com seu filho, Eduardo Bolsonaro.
Essas medidas são vistas como uma tentativa do STF de evitar que a história se repita, lembrando que Bolsonaro já passou duas noites na embaixada da Hungria em fevereiro deste ano após uma operação da PF que investigava um plano de golpe. A possibilidade de que um cenário semelhante ocorra com os EUA é uma preocupação real para os ministros da Corte.