O mercado de câmbio brasileiro abriu a quinta-feira, 24 de julho de 2025, com o dólar cotado a R$ 5,50, um recuo em relação às últimas sessões. A divisa americana tem apresentado um comportamento instável nas últimas semanas, oscilando em um intervalo estreito. Observa-se que, nos dias 18 e 19 de julho, o dólar atingiu R$ 5,54 e R$ 5,59, respectivamente, mantendo-se neste patamar até o dia 21. Uma leve correção foi observada nos dias 22 e 23, fechando ambos os dias em R$ 5,55.
O desempenho da moeda americana reflete uma combinação de fatores internos e externos. A imposição de tarifas por Donald Trump sobre produtos brasileiros, anunciada no início de julho, continua a gerar apreensão entre investidores. Paralelamente, o mercado aguarda as decisões do Comitê de Política Monetária (Copom) sobre a taxa Selic, atualmente em 15%, e seus potenciais impactos no câmbio. A valorização do dólar, embora contida, pode exercer pressão sobre a inflação, encarecendo produtos importados.
Contudo, o apetite por risco no mercado global, impulsionado por expectativas de acordos comerciais entre os Estados Unidos e outros países, tem favorecido o fluxo de capitais para mercados emergentes, como o Brasil, o que contribui para conter uma alta mais expressiva do dólar. Notícias sobre a construção de uma grande hidrelétrica na China também indicam um possível aumento na demanda por commodities, o que poderia beneficiar a economia brasileira e, consequentemente, o real.
Diante desse cenário complexo, especialistas avaliam a possibilidade de “insider trading” nas oscilações do dólar após o anúncio das tarifas americanas. A proximidade das eleições também introduz um elemento de incerteza, podendo gerar volatilidade e uma possível dolarização de carteiras. A Fundação Capital divulgou um relatório com dois cenários para o dólar e a inflação até o final de 2025, ambos projetando crescimento do PIB em torno de 5%, sinalizando a importância de acompanhar de perto os desenvolvimentos do mercado.