Na última sexta-feira (24), o dólar à vista registrou uma queda significativa em relação ao real, encerrando a semana em uma trajetória de desvalorização. Os investidores reagiram positivamente aos comentários do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que indicaram uma possível suavização na política comercial do país.
Dólar em queda pela quinta vez consecutiva
O impacto das declarações de Trump foi notável, especialmente sobre um possível acordo comercial com a China. O presidente americano revelou que sua conversa com Xi Jinping foi amigável e expressou otimismo em relação a um entendimento entre as duas potências econômicas.
Com isso, a moeda norte-americana alcançou sua quinta queda diária consecutiva no Brasil, terminando a sexta-feira com o maior recuo semanal desde agosto de 2024.
Cotação do dólar nesta sexta-feira
A moeda fechou com uma leve baixa de 0,12%, cotada a R$ 5,9182, o que representa o menor valor desde 27 de novembro do ano passado, quando a cotação era de R$ 5,9141. Ao longo da semana, o dólar acumulou uma queda de 2,42%, a maior desde a semana que terminou em 9 de agosto de 2024, quando houve uma desvalorização de 3,43%.
Tipo de Dólar | Compra | Venda |
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Dólar comercial | R$ 5,918 | R$ 5,918 |
Dólar turismo | R$ 5,943 | R$ 6,123 |
Fatores que influenciam a cotação do dólar
Além das conversas entre Trump e Jinping, outros fatores contribuíram para a valorização do real. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) apresentou uma leve alta de 0,11% em janeiro, em comparação a 0,34% no mês anterior. Economistas esperavam uma redução nos preços, o que não se concretizou.
O déficit em conta corrente do Brasil em dezembro e a superação das expectativas em Investimento Direto no País (IDP) de US$ 2,765 bilhões no mesmo mês também ajudaram a fortalecer a moeda brasileira.
Expectativas para a próxima semana
Na próxima semana, o mercado estará atento a uma série de reuniões de bancos centrais, incluindo a do Banco do Japão, que pode aumentar sua taxa de juros. O Federal Reserve dos EUA anunciará sua decisão na quarta-feira, enquanto o Banco Central Europeu definirá sua taxa na quinta. Por aqui, o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) também se reunirá para discutir a Selic, que atualmente está em 12,25% ao ano.
Esses eventos podem influenciar as expectativas do mercado e a cotação do dólar nos próximos dias, com investidores em busca de sinais sobre a direção da política monetária tanto no Brasil quanto internacionalmente.