O que é o Zika Vírus?
O Zika vírus (ZIKV) é um arbovírus transmitido principalmente pela picada de mosquitos do gênero Aedes, especialmente o Aedes aegypti, o mesmo mosquito transmissor da dengue, chikungunya e febre amarela. Descoberto inicialmente em macacos Rhesus na Floresta Zika, em Uganda, no ano de 1947, o vírus permaneceu relativamente obscuro até emergir como uma preocupação global de saúde pública em 2015, com o surto no Brasil.
Transmissão do Zika Vírus
A principal forma de transmissão do ZIKV é através da picada do mosquito Aedes aegypti infectado. No entanto, outras formas de transmissão foram identificadas, incluindo:
- Transmissão Vertical: De mãe para filho durante a gravidez ou no momento do parto. Essa via de transmissão é particularmente preocupante devido aos riscos de microcefalia e outras malformações congênitas no bebê.
- Transmissão Sexual: O Zika vírus pode permanecer no sêmen por um período prolongado, possibilitando a transmissão através do contato sexual.
- Transfusão Sanguínea: Embora menos comum, a transmissão por transfusão de sangue contaminado é possível.
- Transplante de Órgãos: Teoricamente, o vírus pode ser transmitido através de transplante de órgãos de um doador infectado.
Sintomas da Infecção por Zika Vírus
Aproximadamente 80% das pessoas infectadas com o Zika vírus não apresentam sintomas. Quando presentes, os sintomas geralmente são leves e autolimitados, durando de 2 a 7 dias. Os sintomas mais comuns incluem:
- Febre baixa
- Erupção cutânea (exantema) com coceira
- Dor de cabeça
- Dor nas articulações (artralgia), principalmente nas mãos e pés
- Dor muscular (mialgia)
- Conjuntivite não purulenta (olhos vermelhos sem secreção)
Em casos raros, a infecção por Zika vírus pode estar associada a complicações neurológicas, como a síndrome de Guillain-Barré.
Diagnóstico do Zika Vírus
O diagnóstico da infecção por ZIKV é realizado através de exames laboratoriais que detectam a presença do vírus ou de anticorpos específicos no sangue. Os principais testes diagnósticos incluem:
- RT-PCR (Reação em Cadeia da Polimerase em Tempo Real): Detecta o RNA viral no sangue durante a fase aguda da infecção (até 7 dias após o início dos sintomas).
- Testes Sorológicos (ELISA e Neutralização): Detectam anticorpos IgM e IgG contra o Zika vírus. Os anticorpos IgM geralmente aparecem após alguns dias do início dos sintomas e podem persistir por algumas semanas ou meses. Os anticorpos IgG indicam uma infecção pregressa e podem permanecer detectáveis por um período mais longo.
Devido à semelhança dos sintomas com outras arboviroses, como dengue e chikungunya, é importante realizar testes para descartar essas outras infecções.
Tratamento e Prevenção da Zika
Não existe tratamento específico para a infecção por Zika vírus. O tratamento é sintomático e visa aliviar os sintomas, incluindo repouso, hidratação e uso de analgésicos e antipiréticos para controlar a febre e a dor. É importante evitar o uso de aspirina e outros anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs) devido ao risco de sangramento.
A principal forma de prevenção da Zika é o controle do mosquito Aedes aegypti, através da eliminação de focos de água parada que servem de criadouro para o mosquito. Medidas de proteção individual, como o uso de repelentes, roupas de manga comprida e telas em portas e janelas, também são importantes para reduzir o risco de picadas.
Zika Vírus e Gravidez
A infecção por Zika vírus durante a gravidez representa um risco significativo para o feto, podendo causar microcefalia e outras malformações congênitas, como problemas de visão, audição e desenvolvimento. Mulheres grávidas ou que planejam engravidar devem tomar precauções redobradas para evitar a exposição ao vírus, incluindo o uso de repelentes seguros para gestantes e a prática de sexo seguro com parceiros que possam ter sido expostos ao vírus.
Impacto Global e Vigilância do ZIKV
O surto de Zika vírus em 2015-2016 teve um impacto significativo na saúde pública global, especialmente nas Américas. A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou emergência de saúde pública de importância internacional devido à associação entre a infecção por Zika e a microcefalia. Desde então, esforços de vigilância e pesquisa têm sido realizados para entender melhor o vírus, desenvolver métodos de diagnóstico mais precisos e encontrar formas de prevenir e tratar a infecção.