Cúbito: Anatomia e Função
O cúbito, também conhecido como ulna, é um dos dois ossos longos que compõem o antebraço, sendo o outro o rádio. Localiza-se medialmente, ou seja, no lado do antebraço mais próximo ao corpo quando a palma da mão está voltada para frente. Sua principal função é formar a articulação do cotovelo com o úmero (osso do braço) e a articulação radioulnar distal com o rádio, permitindo os movimentos de flexão, extensão, pronação e supinação do antebraço e da mão.
Características Anatômicas da Ulna
A ulna apresenta diversas características anatômicas distintas. Na extremidade proximal (mais próxima ao corpo), encontramos o olécrano, uma proeminência óssea que forma a ponta do cotovelo e se encaixa na fossa olecraniana do úmero durante a extensão do braço. Abaixo do olécrano, localiza-se o processo coronoide, que se articula com a tróclea do úmero durante a flexão. A incisura troclear, uma concavidade entre o olécrano e o processo coronoide, recebe a tróclea umeral, permitindo o movimento de dobrar o braço.
Ao longo do corpo da ulna, observamos a crista interóssea, uma borda afiada que serve de ponto de fixação para a membrana interóssea, uma estrutura fibrosa que conecta a ulna ao rádio. Essa membrana estabiliza os dois ossos e permite a transferência de forças entre eles. Na extremidade distal (mais distante do corpo), encontramos a cabeça da ulna, que se articula com o rádio na articulação radioulnar distal, e o processo estiloide da ulna, uma pequena projeção óssea que se projeta distalmente.
Lesões e Condições Relacionadas ao Cúbito
Diversas lesões e condições podem afetar o osso do antebraço. Fraturas da ulna são comuns, especialmente em quedas sobre o braço estendido. A fratura de Monteggia, por exemplo, envolve uma fratura da ulna associada a uma luxação da cabeça do rádio. A epicondilite medial, também conhecida como “cotovelo de golfista”, é uma inflamação dos tendões que se inserem no epicôndilo medial do úmero, mas pode causar dor referida ao longo do osso ulnar.
Outras condições que podem afetar a ulna incluem a síndrome do túnel cubital, uma compressão do nervo ulnar no cotovelo, que causa dormência e formigamento nos dedos anelar e mínimo. A osteoartrite também pode afetar a articulação do cotovelo, causando dor e rigidez. O diagnóstico dessas condições geralmente envolve exame físico, radiografias e, em alguns casos, ressonância magnética.
Importância Clínica e Diagnóstico
A avaliação clínica do osso do cotovelo e do antebraço é crucial para diagnosticar e tratar diversas condições. A palpação da ulna, especialmente do olécrano e do processo estiloide, pode revelar sensibilidade e indicar a presença de fraturas ou outras lesões. Testes de amplitude de movimento e força muscular também são importantes para avaliar a função do antebraço e da mão.
Exames de imagem, como radiografias, são frequentemente utilizados para visualizar fraturas e outras anormalidades ósseas. A ressonância magnética pode ser utilizada para avaliar lesões dos tecidos moles, como ligamentos e tendões. O tratamento das lesões da ulna varia dependendo da gravidade da lesão e pode incluir imobilização com gesso ou tala, fisioterapia e, em alguns casos, cirurgia.