Coriomeningite Linfocítica: O Que É?
A coriomeningite linfocítica (LCM) é uma doença infecciosa viral que afeta o sistema nervoso central. É causada pelo vírus da coriomeningite linfocítica (LCMV), um arenavírus. A infecção pode ocorrer em humanos e em animais, sendo os roedores, especialmente o rato doméstico (Mus musculus), os principais reservatórios do vírus.
Transmissão da Coriomeningite Linfocítica
A transmissão do LCMV para humanos geralmente ocorre através do contato com urina, fezes, saliva ou sangue de roedores infectados. Isso pode acontecer por meio da inalação de poeira contaminada, mordidas de roedores ou contato direto com feridas abertas. Em casos raros, a transmissão pode ocorrer através de transplante de órgãos ou de mãe para filho durante a gravidez (transmissão vertical).
Sintomas da Coriomeningite Linfocítica
Os sintomas da LCM variam amplamente, desde quadros assintomáticos até manifestações graves. Em muitos casos, a infecção inicial se apresenta como uma síndrome gripal, com febre, fadiga, dores musculares, dor de cabeça e falta de apetite. Em alguns pacientes, a doença progride para meningite (inflamação das membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal) ou meningoencefalite (inflamação do cérebro e das meninges). Os sintomas neurológicos podem incluir rigidez na nuca, sensibilidade à luz (fotofobia), confusão, convulsões e, em casos raros, paralisia.
Diagnóstico da Coriomeningite Linfocítica
O diagnóstico da coriomeningite é baseado na história clínica do paciente, nos sintomas apresentados e em exames laboratoriais. A análise do líquido cefalorraquidiano (LCR), obtido por punção lombar, é fundamental para identificar a presença de inflamação e de células linfocíticas. Testes sorológicos, como o ELISA (Enzyme-Linked Immunosorbent Assay) e o teste de imunofluorescência indireta (IFI), podem detectar a presença de anticorpos contra o LCMV no sangue ou no LCR. A detecção do RNA viral por PCR (reação em cadeia da polimerase) também pode ser utilizada para confirmar o diagnóstico.
Tratamento da Coriomeningite Linfocítica
O tratamento da LCM é principalmente de suporte, visando aliviar os sintomas e prevenir complicações. Não existe um tratamento antiviral específico para o LCMV. Em casos de meningite ou meningoencefalite, pode ser necessário o uso de corticosteroides para reduzir a inflamação. A internação hospitalar pode ser necessária para monitorar o paciente e fornecer cuidados intensivos, se necessário.
Prevenção da Coriomeningite Linfocítica
A prevenção da coriomeningite linfocítica envolve medidas para controlar a população de roedores e evitar o contato com seus excrementos. É importante manter a higiene da casa, vedar buracos e frestas que possam servir de entrada para roedores, armazenar alimentos em recipientes fechados e evitar o acúmulo de lixo. Ao limpar áreas que possam estar contaminadas com urina ou fezes de roedores, é recomendado o uso de luvas e máscara. Mulheres grávidas devem evitar o contato com roedores, devido ao risco de transmissão vertical do vírus.
LCMV e Imunossupressão
Indivíduos imunocomprometidos, como pacientes transplantados ou pessoas com HIV/AIDS, apresentam maior risco de desenvolver formas graves de coriomeningite linfocítica. Nesses casos, a infecção pode levar a complicações neurológicas mais severas e até mesmo à morte. A identificação precoce e o tratamento adequado são cruciais para melhorar o prognóstico desses pacientes.