O mercado cambial abriu a quinta-feira com o dólar cotado a R$ 5,56, sinalizando uma leve retomada após um período de estabilidade. A moeda americana vinha oscilando em torno de R$ 5,51 desde o dia 22 de junho, com breves incursões a R$ 5,49, demonstrando uma resiliência notável frente aos desafios internos e externos que testam a economia brasileira.
A leve alta observada reflete, em parte, as expectativas do mercado para o restante do ano. Projeções da Agência Brasil indicam um dólar a R$ 5,72 até o final de 2025, impulsionado por uma inflação esperada em 5,24% e um otimismo moderado em relação ao crescimento do PIB, estimado em 2,21%. A incerteza quanto à trajetória da taxa Selic, dividindo opiniões entre analistas, adiciona uma camada de volatilidade ao cenário.
Diversos fatores contribuem para a dinâmica do dólar. Decisões do Copom, o cenário político-fiscal do Brasil, a política monetária do Banco Central do Japão e até mesmo as reverberações da política comercial de Donald Trump influenciam o humor do mercado. A atenção dos investidores se volta para os próximos passos do governo e as sinalizações do Banco Central, buscando pistas sobre a direção da economia.
Em meio a esse cenário, notícias como o investimento de R$ 7 bilhões da Nestlé no Brasil, entre 2025 e 2028, surgem como um sopro de confiança. A injeção de capital estrangeiro, destinada à expansão e modernização de fábricas, demonstra o potencial do país como destino de investimentos e pode, a longo prazo, exercer pressão para uma valorização do real. A combinação desses elementos define um momento crucial para a economia brasileira, onde a cautela e o planejamento estratégico se tornam essenciais para empresas e investidores.